ESTUDANDO O ATEISMO PARTE 02


ATEISMO PARTE 02

Início do período moderno

A Essência do Cristianismo (1841), de Ludwig Feuerbach, seria de grande influência para filósofos como Engels,MarxDavid StraussNietzsche e Max Stirner. Ele considerava que Deus é uma invenção humana e que as atividades religiosas são usadas para a realização de desejos. Por isso, ele é considerado o pai fundador da moderna antropologia da religião.
As eras do Renascimento e da Reforma testemunharam um ressurgimento do fervor religioso, como evidenciado pela proliferação de novas ordens religiosas, confrarias e devoções populares no mundo católico e o aparecimento de seitas protestantes cada vez mais austeras, como os calvinistas. Esta era de rivalidade interconfessional permitiu uma abrangência ainda maior de especulação teológica e filosófica, muita da qual viria a ser usada para promover uma visão de mundo religiosamente cética.
crítica do cristianismo tornou-se cada vez mais frequente nos séculos XVII e XVIII, especialmente na França e na Inglaterra, onde parece ter existido um mal-estar religioso, de acordo com fontes contemporâneas. Alguns pensadores protestantes, como Thomas Hobbes, defendiam uma filosofia materialista e um ceticismo em relação às ocorrências sobrenaturais, enquanto que o filósofo judeu holandês Baruch Spinoza rejeitava aprovidência divina em favor de um naturalismo panenteísta. No final do século XVII, o deísmo passou a ser abertamente defendido por intelectuais como John Toland, que cunhou o termo "panteísta". Apesar de ridicularizarem o cristianismo, muitos deístas desprezavam o ateísmo. O primeiro ateu que se sabe ter jogado fora o manto do deísmo, negando de modo contundente a existência de deuses, foi Jean Meslier, um padre francês que viveu no início do século XVIII.93 Ele foi seguido por outros pensadores abertamente ateus, como o Barão d'Holbach e Jacques-André Naigeon.  O filósofo David Hume desenvolveu uma epistemologia cética fundamentada no empirismo, enfraquecendo a base metafísica da teologia natural. Outros ateus que se destacaram no Iluminismo foram Denis Diderot  e Jean le Rond d'Alembert96 , autores do Encyclopédie, documento que reunia todos os conhecimentos de até então.
A Revolução Francesa tirou o ateísmo e o deísmo anticlerical dos salões e colocou-os na esfera pública. Um dos principais objetivos da Revolução Francesa foi uma reestruturação e subordinação do clero em relação ao Estado através da Constituição Civil do Clero. As tentativas para aplicá-la levaram à violência anticlerical e à expulsão de muitos clérigos da França. Os eventos políticos caóticos da Paris revolucionária, acabaram por permitir aos jacobinos mais radicais tomar o poder em 1793, inaugurando o Reino do Terror. Os jacobinos eram deístas e introduziram o Culto do Ser Supremo como uma religião estatal da França. Alguns ateus próximos de Jacques Hébert procuraram estabelecer um culto da razão, uma forma de pseudo-religião ateia com uma deusa personificando a razão. Ambos os movimentos, em parte, contribuíram para as tentativas forçadas de descristianizar a França. O Culto da Razão terminou depois de três anos, quando a sua liderança, incluindo Jacques Hébert, foi guilhotinadapelos jacobinos. As perseguições anticlericais terminaram com a Reação Termidoriana.
era napoleônica institucionalizou a secularização da sociedade francesa e exportou a revolução para o norte da Itália, na esperança de criar repúblicas flexíveis. No século XIX, os ateus contribuíram para várias revoluções políticas e sociais, facilitando os levantes de 1848, o Risorgimento na Itália e o crescimento de um movimento socialista internacional.
Na segunda metade do século XIX, o ateísmo ganhou proeminência sob a influência de filósofos racionalistas e livre-pensadores. Muitos proeminentes filósofos alemães da época negaram a existência de divindades e eram críticos da religião, incluindo Ludwig FeuerbachArthur SchopenhauerMax StirnerKarl Marx e Friedrich Nietzsche. 

Século XX

O ateísmo no século XX, particularmente na forma de ateísmo prático, avançou em muitas sociedades. O pensamento ateu encontrou reconhecimento em uma ampla variedade de outras filosofias mais amplas, como o existencialismo, o objetivismo, o humanismo secular, o niilismo, o positivismo lógico, o anarquismo, o marxismo, o feminismo  e o movimento científico eracionalista geral.
O positivismo lógico e o cientificismo pavimentaram o caminho para o neopositivismo, a filosofia analítica, o estruturalismo e o naturalismo. O neopositivismo e a filosofia analítica descartaram o racionalismo clássico e a metafísica em favor do empirismo estrito e do nominalismo epistemológico. Proponentes como Bertrand Russell, rejeitaram enfaticamente a crença em Deus. Em seus primeiros trabalhos, Ludwig Wittgenstein tentou separar a linguagem metafísica e sobrenatural do discurso racional. A. J. Ayer afirmou a inverificabilidade e a falta de sentido das afirmações religiosas, citando a sua adesão às ciências empíricas. Relacionado com esta ideia, o estruturalismo aplicado de Lévi-Strauss ligou a origem da linguagem religiosa ao subconsciente humano ao negar o seu significado transcendental. John Niemeyer Findlay e J. J. C. Smart argumentaram que a existência de Deus não é logicamente necessária. Naturalistas e monistas materialistas, tais como John Dewey, consideravam o mundo natural como a base de tudo, negando a existência de Deus ou a imortalidade.   
Demolição da Catedral de Cristo Salvador de Moscou, em 1931. A União Soviética era, desde sua fundação, umEstado ateu.
O século XX também assistiu ao avanço político do ateísmo, estimulado pela interpretação das obras de Marx e Engels. Após a Revolução Russa de 1917, houve mais liberdade religiosa para as minorias religiosas, o que durou alguns anos. Embora a Constituição Soviética de 1936 garantisse a liberdade para realizar cultos, o Estado soviético, sob a política de Estado ateu de Stalin, não considerava a religião um assunto privado; o governo soviético ilegalizou o ensino religioso e promoveu campanhas para convencer as pessoas a abandonar a religião.        Diversos outrosestados comunistas também se opuseram à religião e promoveram o ateísmo estatal,incluindo os antigos governos socialistas da Albânia,   e, atualmente, da China,    Coreia do Norte    Cuba.   
Outros líderes como Periyar E. V. Ramasamy, um proeminente líder ateu da Índia, lutaram contra o hinduísmo e os brâmanes por eles discriminarem e dividirem as pessoas em nome de castas e religião.  Tal foi sublinhado em 1956, quando ele erigiu uma estátua representando um deus hindu em uma representação humilde e fez declarações antiteístas. 
Em 1966, a revista Time perguntava: "Deus está morto?",  em resposta ao movimento teológico Morte de Deus, citando a estimativa de que quase metade de todas as pessoas no mundo viviam sob um poder anti-religioso e milhões mais na ÁfricaÁsia e América do Sul pareciam não ter conhecimento sobre o Deus único. 
Em 1967, o governo albanês de Enver Hoxha anunciou o fechamento de todas as instituições religiosas no país, declarando a Albânia o primeiro estado oficialmente ateu,  embora a prática religiosa na Albânia tenha sido restaurada em 1991. Estes regimes acentuaram as associações negativas do ateísmo, especialmente onde o sentimento anticomunista era forte, como nos Estados Unidos, apesar do fato de que ateus proeminentes serem anticomunistas. 

Século XXI

Richard Dawkins em 2008, um dos mais influentes ateus da atualidade.
Desde a queda do Muro de Berlim, o número de regimes ativamente anti-religiosos tem diminuído consideravelmente. Em 2006, Timothy Shah do Fórum Pew constatou "uma tendência mundial em todos os grandes grupos religiosos, na qual movimentos baseados em Deus e na fé, em geral, estão experimentando confiança e influência crescentes face aos movimentos e ideologias seculares".  No entanto, Gregory S. Paul e Phil Zuckerman consideram isso um mito e sugerem que a situação real é muito mais complexa e matizada.120
A motivação religiosa dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e as tentativas parcialmente bem-sucedidas do Discovery Institute para mudar o currículo de ciências das escolas estadunidenses para incluir ideias criacionistas, juntamente com o apoio dessas ideias pelo ex-presidente George W. Bushem 2005, desencadearam uma onda de publicações de conhecidos autores ateus como Sam HarrisDaniel C. DennettRichard DawkinsVictor J. Stenger eChristopher Hitchens, cujas obras foram best-sellers nos Estados Unidos e em todo o mundo. 
Um levantamento de 2010 descobriu que aqueles que se identificam como ateus ou agnósticos estão, em média, mais bem informados sobre religião do que os seguidores das religiões principais. Descrentes tiveram melhores pontuações respondendo a questões sobre os princípios centrais das fésprotestante e católica. Apenas fiéis mórmons e judeus tiveram tão boas pontuações sobre religião quanto os ateus e agnósticos. 
O Ateísmo 3.0 é um movimento dentro do ateísmo que não acredita na existência de Deus, mas que diz que a religião tem sido benéfica para os indivíduos e para a sociedade, e que eliminá-la é menos importante do que outras coisas que precisam ser feitas.   

Demografia

Porcentagem de pessoas em vários países europeus que disseram: "Eu não acredito que haja algum tipo de espírito, Deus ou força vital." (2005) 
É difícil quantificar o número de ateus no mundo. Institutos de pesquisas de crença religiosa podem definir o "ateísmo" de várias maneiras diferentes ou fazer diferentes distinções entre ateísmo, convicções não-religiosas e crenças religiosas e espirituais não-teístas.  Por exemplo, um ateu hinduiria declarar-se como hindu, apesar de também ser, ao mesmo tempo, ateu.   Um estudo de 2005, publicado na Encyclopædia Britannica, revelou que os não-religiosos representam cerca de 11,9% da população mundial e os ateus cerca de 2,3%. Este número não inclui aqueles que seguem religiões ateias, como alguns budistas. 
Uma enquete realizada entre novembro e dezembro de 2006, publicada no Financial Times, mostrou as taxas de população ateia nos Estados Unidos e em cinco países europeus. As menores taxas de ateísmo estão nos Estados Unidos com apenas 4%; as taxas de ateísmo nos países europeus pesquisados foram consideravelmente mais altas: Itália (7%), Espanha (11%), Reino Unido (17%), Alemanha (20%) e França (32%).16 128Os números europeus são semelhantes aos de uma pesquisa oficial da União Europeia (UE), que relatou que 18% da população da UE não acredita em um deus.  Outros estudos têm mostrado uma porcentagem estimada de ateus, agnósticos e outros não-crentes em um deus pessoal de apenas um dígito em países como Polônia, Romênia, Chipre e outros países europeus,  e de até 85% na Suécia, 80% na Dinamarca, 72% naNoruega e 60% na Finlândia.  Segundo o Australian Bureau of Statistics, 19% dos australianos declararam-se como "sem religião", uma categoria que inclui os ateus.  Entre 64% e 65% dos japoneses são ateus, agnósticos, ou não acreditam em um deus. 
Cquote1.svgSomente na Europa, nos últimos 100 anos, o ateísmo cresceu de aproximadamente 1,7 milhão para cerca de 130 milhões de pessoas.Cquote2.svg
— Centro de Treinamento Cristão European Apologetics Network, de Londres  
Na América Latina os índices de ateísmo variam de 1 a 3%, exceto em Cuba (7%), México (7%), Argentina (8%) e Uruguai (12%).  No Uruguai, entre 30 e 50% da população assume não ter religião. 
Mapa indicando a porcentagem de ateus e agnósticos no mundo (2007).
Um estudo internacional relatou correlações positivas entre os níveis de educação e os índices de descrença em uma divindade,  enquanto uma pesquisa da União Europeia encontrou uma correlação positiva entre o abandono escolar precoce e a crença em um deus.  Uma carta publicada na revista Nature em 1998, relatou uma pesquisa sugerindo que a crença em um deus pessoal ou na vida após a morte alcançou o nível mais baixo de todos os tempos entre os membros da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, sendo que apenas 7,0% dos membros disseram acreditar em um deus pessoal, em forte contraste com os mais de 85% da população geral dos Estados Unidos que acredita em um deus.134 Em contrapartida, um artigo publicado pelaUniversidade de Chicago que discutiu o referido estudo, afirmou que 76% dos médicos estadunidenses acreditam em Deus, mais do que os 7% dos cientistas acima, mas ainda inferior aos 85% da população em geral.  No mesmo ano, Frank Sulloway, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Michael Shermer, daUniversidade do Estado da Califórnia, conduziram um estudo que encontrou em sua amostra de pesquisa de "credenciados" adultos dos Estados Unidos (12% doutorados e 62% eram graduados universitários) 64% que acreditavam em Deus e houve uma correlação indicando que a convicção religiosa diminuiu com o aumento do nível de escolaridade.  Uma correlação inversa entre religiosidade e inteligência foi encontrada por 39 estudos realizados entre 1927 e 2002, de acordo com um artigo na Mensa International Magazine.   Estes resultados concordam em geral com umametanálise realizada em 1958 pelo professor Michael Argyle, da Universidade de Oxford. Ele analisou sete estudos que investigaram a correlação entre a atitude em relação à religião e onível de inteligência entre os estudantes do ensino médio e universitários dos Estados Unidos. Apesar de uma clara correlação negativa ter sido encontrada, a análise não identificou existência de causalidade, mas observou que fatores como histórico familiar autoritário e classe social também poderiam desempenhar algum papel. 

Brasil

De acordo com dados do Censo brasileiro de 2010 do IBGE, 8,0% da população brasileira declarou-se "sem religião" (15,3 milhões), dentre as quais cerca de 615 mil declararam-se ateias.  No Censo de 2000, estes correspondiam a  7,4% (cerca de 12,5 milhões) da população.  Em 1991 essa porcentagem era de 4,7%.  
Uma pesquisa realizada pela empresa Ipsos a pedido da agência de notícias Reuters revelou que 3% dos brasileiros entrevistados não acreditam em deuses ou seres supremos. 
No Brasil, o estado da Bahia é o terceiro com maior número de pessoas sem religião; o primeiro é o Rio de Janeiro.  A capital bahiana, Salvador, tem a maior porcentagem nacional de pessoas sem religião entre as capitais, 18% da população.  No país todo, são mais numerosos entre os homens e entre os habitantes com menos de 55 anos.  A cidade com o maior número de ateus é Nova Ibiá, com 59,85% dos habitantes, de acordo com o censo de 2000 do IBGE.  O segundo lugar fica com Pitimbu, na Paraíba, com 42, 44%. 


Ateísmo, religião e moralidade

Associação com visões de mundo e comportamentos sociais

O sociólogo Phil Zuckerman analisou pesquisas anteriores em ciências sociais sobre laicidade e não-crença e concluiu que o bem-estar social está positivamente correlacionado com airreligião. As suas descobertas relacionadas especificamente com o ateísmo incluem:   
  • Em comparação com pessoas religiosas, "ateus e pessoas laicas" são menos nacionalistaspreconceituosasantissemitasracistasdogmáticasetnocêntricas, mentalmente fechadas e autoritárias.
  • Nos Estados Unidos, nos estados com os maiores percentuais de ateus na população, a taxa de homicídios é menor do que a média. Na maioria dos estados religiosos dos Estados Unidos, a taxa de homicídios é superior à média.

Ateísmo e religião

Devido à inexistência de um deus criador, o budismo é comumente descrito como religião não-teísta.
Assume-se frequentemente que pessoas que se auto-identificam como ateus são irreligiosas, mas algumas seitas dentro das principais religiões, rejeitam a existência de uma divindade criadora e pessoal.  Nos últimos anos, certas denominações religiosas têm acumulado uma série de seguidores abertamente ateus, tais como o judaísmo humanístico e ateísta    ateus cristãos.     
O sentido mais estrito do ateísmo positivo não implica quaisquer crenças específicas fora da descrença em qualquer divindade, como tal, os ateus podem ter qualquer número de crenças espirituais. Pela mesma razão, os ateus podem ter uma grande variedade de crenças éticas, que vão desde ouniversalismo moral do humanismo, que defende que um código moral deve ser aplicado consistentemente a todos os seres humanos, ao niilismo moral, que sustenta que a moralidade não tem sentido. 

Mandamento divino vs. ética

Embora seja um truísmo filosófico, encapsulado no Dilema de Eutífron de Platão, que o papel dos deuses na diferenciação entre certo e errado ou é desnecessário ou arbitrário, o argumento de que a moralidade tem que ser derivada de Deus e que não pode existir sem um criador sábio tem sido uma característica persistente de debate político, ainda que não tanto do filosófico.      Preceitos morais, como "o assassinato é errado" são vistos como leis divinas, requerendo um legislador ou juiz divino. No entanto, muitos ateus argumentam que o tratamento legalista da moralidade envolve uma falsa analogia e que a moralidade não depende de um legislador da mesma forma que as leis.  Outros ateus, como Friedrich Nietzsche, discordaram desta opinião e declararam que a moralidade "tem verdade apenas se Deus é a verdade, portanto fica em pé ou cai de acordo com a fé em Deus."     
Existem sistemas normativos éticos que não necessitam que os princípios e regras sejam fornecidos por uma divindade. Alguns incluem ética da virtude,contrato social, ética kantiana, utilitarismo e o objetivismo. Sam Harris propôs que a prescrição moral (criar regras éticas) não é apenas uma questão a ser explorada pela filosofia, mas que podemos praticar significativamente uma ciência da moralidade. Um tal sistema científico deve, no entanto, responder ao criticismo consubstanciado na falácia naturalista. 
Os filósofos Susan Neiman  e Julian Baggini  (entre outros) afirmam que o comportamento ético apenas devido ao mandato divino não é o comportamento ético verdadeiro, mas apenas a obediência cega. Baggini argumenta que o ateísmo é uma base superior para a ética, afirmando que uma base moral externa aos imperativos religiosos é necessária para avaliar a moralidade dos próprios imperativos - para ser capaz de discernir, por exemplo, que "furtarás" é imoral, mesmo que a sua religião o instrua a fazer isso - e que os ateus, portanto, têm a vantagem de estarem mais inclinados a fazer tais avaliações.  O político e filósofo contemporâneo britânico Martin Cohen ofereceu o exemplo historicamente mais revelador de injunções bíblicas em favor da tortura e escravidão como evidência de que as injunções religiosas seguem os costumes políticos e sociais, e não vice-versa, mas também observou que a mesma tendência parece ser verdadeira para filósofos supostamente imparciais e objetivos. Cohen explana esse argumento com mais detalhes na Filosofia Política de Platão a Mao, no caso do Alcorão que ele vê como tendo tido um papel geralmente infeliz na preservação dos códigos sociais do início do século VII por meio de mudanças na sociedade secular. 

Perigos das religiões

Alguns ateus proeminentes, tais como Bertrand RussellChristopher HitchensSam Harris e Richard Dawkins, têm criticado as religiões, citando aspectos nocivos das práticas e doutrinas religiosas.  Os ateus têm-se envolvido muitas vezes em debates com defensores da religião, e os debates por vezes tratam a questão de saber se as religiões oferecem um benefício líquido para os indivíduos e para a sociedade.
Um argumento de que as religiões podem ser prejudiciais, feito por ateus como Sam Harris, é que a dependência das religiões ocidentais da autoridade de Deus presta-se ao autoritarismoe ao dogmatismo.  Os ateus também citaram dados mostrando que há uma correlação entre fundamentalismo religioso e religião extrínseca (quando a religião é praticada porque serve a interesses ocultos)  e autoritarismo, dogmatismo e preconceito.  Estes argumentos, combinados com eventos históricos que são argumentos para demonstrar os perigos da religião, como as CruzadasInquisiçãocaça às bruxas e os ataques terroristas, têm sido usados em resposta às reivindicações dos efeitos benéficos da crença na religião.  Os crentes contra-argumentam que alguns regimes que defendem o ateísmo, como foi a Rússia soviética, também foram culpados de assassinatos em massa,   apesar destes atos não conterem relação alguma com a ausência de religião do regime.

Discriminação e preconceito

Países onde, em 2007, a apostasia era punida com a pena de mortede acordo com legislações nacionais (preto) ou regionais (cinza escuro). Atualmente, isto acontece apenas em países islâmicos.
O ateísmo sempre foi uma doutrina perseguida, clandestina e discriminada.  Durante a cristianização do Império Romano, o ateísmo foi considerado crime terrível e praticamente deixou de existir na história das ideias europeias. Até o século XIX, devido ao poder político-eclesiástico, o indivíduo que assumisse oposição aos ensinamentos da Igreja seria recriminado pela sociedade e pelo governo com acusações de desonestidade, rebeldia, incredulidade e libertinagem. 
Uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 1999 comprova que 95% dos estadunidenses votaria em uma mulher para presidente, 92% votaria em um judeu ou negro, 79% em um homossexual mas apenas 49% votaria em um ateu.  A revista Newsweek estima uma porcentagem ainda menor: 37%  Uma pesquisa de 2007 encomendada pela CNT/Sensus revela que 84% dos brasileiros votariam em um negro para Presidente da República, 57% em uma mulher, 32% em um homossexual mas apenas 13% votaria em um ateu.  Uma pesquisa de agosto de 2010 realizada pelo Núcleo de Opinião Pública em uma iniciativa da Fundação Perseu Abramo (FPA) e SESC revelou que 66% das mulheres brasileiras jamais votariam em um ateu e 11% dificilmente votaria, enquanto 61% dos homens brasileiros nunca votaria e 13% dificilmente votaria.  Uma pesquisa realizada no dia 13 de dezembro de 2012 pelo Datafolha indica que 86% dos brasileiros acreditam que a crença em Deus torna as pessoas melhores, enquanto que apenas 13% acreditam que implicação não é obrigatória. 

Visibilidade

Conforme a Associação Americana de Livreiros, em 2005 as obras da categoria "céticos e ateus" registraram o maior crescimento da história até então e o segundo maior entre os demais gêneros.A revista mensal com a quinta maior tiragem dos Estados Unidos, entre as especializadas, é uma publicada pela Sociedade dos Céticos.  Na Fox News, o programa Bullshit!dissemina o ateísmo e a dupla de mágicos Penn Jillette e Raymond Joseph Teller desmascara truques místicos. 

Ateus famosos

Associações lusófonas

  • Associação Ateísta Portuguesa
  • Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos

Outras associações

  • Aliança Ateia Internacional
  • American Atheists
  • Federação Humanista Europeia
  • Freedom From Religion Foundation

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