A HISTORIA DA MACONHA PARTE 01

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Cannabis (psicotrópico)

Cannabis (aportuguesado como cânabis ou canábis ), também conhecida por vários nomes populares,  refere-se a váriasdrogas psicoativas e medicamentos derivados de plantas do gênero Cannabis. Farmacologicamente, o principal constituinte psicoativo desse tipo de planta é o tetraidrocanabinol (THC), um dos 400 compostos da planta, incluindo outros canabinoides, como o canabidiol(CBD), canabinol (CBN) e tetrahidrocanabivarin (THCV). 
A forma herbácea da droga consiste de flores e folhas maduras que subtendem das plantas pistiladas femininas. A forma resinosa, conhecida como haxixe,  consiste fundamentalmente de tricomas glandulares coletados do mesmo material vegetal. A cannabis é frequentemente consumida por seus efeitos psicoativos e fisiológicos que podem incluir bom humor, euforia, relaxamento  e aumento do apetite.  Entre os efeitos colaterais indesejados estão a diminuição da memória de curto prazo, boca seca, dificuldade motora, vermelhidão dos olhos  e sentimentos de paranoia ou ansiedade
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O consumo humano da cannabis teve início no terceiro milênio a.C. e seu uso atual é voltado para recreação ou como medicamento, além de também ser usada como parte de rituais religiosos ou espirituais.  Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de quatro por cento da população mundial (162 milhões de pessoas) usam cannabis pelo menos uma vez ao ano e cerca de 0,6 por cento (22,5 milhões) consomem-na diariamente. 
A posse, o uso ou a venda da cannabis começou a se tornar ilegal no início do século XX em diversos países ocidentais, principalmente nos Estados Unidos. A proibição do consumo da erva se tornou global após a Convenção Internacional do Ópio, assinada em 1912 na cidade de Haia, quando diversas nações decidiram proibir o comércio mundial do "cânhamo indiano". Desde então, as leis que regulamentam a proibição da planta se intensificaram ao redor do mundo. Na últimas décadas, no entanto, surgiram diversos movimentos pela legalização da cannabis, enquanto alguns países e regiões passaram a permitir o uso do psicoativo sob certas circunstâncias, como foi o caso dos Países Baixos. Em 10 de dezembro de 2013, o Uruguai se tornou o primeiro país do mundo a legalizar o cultivo, a venda e o consumo da cannabis.
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Etimologia 

"Maconha" provém do termo quimbundo ma'kaña. "Liamba" provém do termo quimbundo liamba.16 "Cânhamo" provém do termo castelhano cáñamo. 

História 

Caractere chinês usado para se referir ao cânhamo (麻 ou ).18 O cultivo da cannabis data de pelos menos 10 mil anos atrás em Taiwan.19
cannabis é uma espécie nativa da Ásia Central e Meridional.20 Evidências da inalação de fumaça de cannabis são encontradas desde o terceiro milênio a.C., como indicado por sementes carbonizadas de cannabis encontradas em um braseiro usado em rituais em um antigo cemitério na atualRomênia. Em 2003, uma cesta de couro cheia de fragmentos de folhas e sementes de cannabis foi encontrada ao lado do corpo mumificado de um xamã de 2500-2800 anos de idade em Xinjiang, no noroeste da China.   
A planta também é conhecida por ter sido usada pelos antigos hindus da Índia e do Nepal há milhares de anos. A erva era chamada ganjika emsânscrito (गांजा, ganja nas modernas línguas indo-arianas).24 25 A antiga droga conhecida como soma e mencionada nos Vedas, foi por vezes associada à cannabis. 
cannabis também era conhecida pelos antigos assírios, que descobriram as suas propriedades psicoativas através dos povos arianos.  Ao usá-la em algumas cerimônias religiosas, eles a chamavam de qunubu (que significa "caminho para a produção de fumo"), provável origem da palavra moderna "cannabis".  A planta também foi introduzida pelos arianos aos povos citastrácios e dácios, cujos xamãs (que eram conhecidos comokapnobatai — "aqueles que andam no fumo/nuvens") queimavam flores de cannabis para alcançar um estado de transe. 
Cannabis sativa porDioscórides, edição de Vienna, 512 a.C.
cannabis tem uma antiga história de uso ritual e é encontrada em cultos farmacológicos em todo o planeta. Sementes de cânhamo descobertas por arqueólogos em Pazyryk (um conjunto de tumbas encontradas nasMontanhas Altai, na Sibéria) sugerem que práticas cerimoniais antigas, como comer sementes, foram usadas peloscitas e ocorreram durante os séculos quinto e segundo a.C., confirmando relatos históricos anteriores feitos por Heródoto.  O escritor Chris Bennet afirma que a cannabis era usada como um sacramento religioso por judeus antigos e pelos primeiros cristãos,  devido à semelhança entre a palavra hebraica"qannabbos" ("cannabis") e a frase hebraica "qené bosem" ("cana aromática"). A erva também foi usada por muçulmanos de várias ordens sufistas no período mameluco, como, por exemplo, os qalandars. 
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Um estudo publicado no jornal sul-africano Journal of Science indicou que "cachimbos desenterrados do jardim da casa de Shakespeare, em Stratford-upon-Avon, na Inglaterra, contêm vestígios de cannabis".  A análise química foi realizada depois que os pesquisadores cogitaram a hipótese de que a "notável erva", mencionada no Soneto 76, e a "viagem na minha cabeça", do Soneto 27, poderiam ser referências à cannabis e ao seu uso.35 Exemplos da literatura clássica que mencionam a cannabis incluem Les paradis artificiels, de Charles Baudelaire, e O Comedor de Haxixe, de Fitz Hugh Ludlow. 
Fluido de extrato de cannabis indica(Sindicato dos Droguistas Americanos, pré-1937).
John Gregory Bourke, um capitão do Exército dos Estados Unidos, descreveu o uso de "mariguan", que ele identifica como cannabis indica ou cânhamo indiano, por residentes mexicanos da região do Rio Grande, no Texas, em 1894. Ele relatou o uso da planta para o tratamento de asma, para afastar bruxas e como um filtro amoroso. Ele também escreveu que muitos mexicanos acrescentavam a erva em seus cigarritos oumescal, muitas vezes comendo um pouco de açúcar depois, para intensificar o efeito. A cannabis era utilizada em uma mistura com toloachi (que Bourke erroneamente descreve como Datura stramonium). Bourke compara a mariguan ao haxixe, que ele chamava de "uma das maiores maldições do Oriente", citando relatos de usuários que "se tornam maníacos e estavam aptos a cometer todos os tipos de atos de violência e assassinato", causando a degeneração do corpo e uma aparência idiótica, além de ter mencionado leis contra a venda de haxixe "na maioria dos países do Oriente". 

Criminalização 

Propaganda norte-americana anti-cannabis de 1935
cannabis começou a ser criminalizada em vários países no início do século XX. Nos Estados Unidos, as primeiras restrições à venda da planta surgiram em 1906 (no Distrito de Colúmbia).38 Ela foi proibida na África do Sul em 1911, naJamaica (então uma colônia britânica) em 1913, e no Reino Unido, na Nova Zelândia e no Brasil  na década de 1920.  Em 1912, um acordo foi feito em uma conferência internacional em Haia, durante a Convenção Internacional do Ópio, que proibiu a exportação do "cânhamo indiano" para os países que haviam proibido o seu uso e que exigiu que os países importadores emitissem certificados aprovando a importação e afirmando que a transferência era necessária "exclusivamente para fins médicos ou científicos". Foi também posto como necessário que as partes "exercessem um controle efetivo de tal natureza a impedir o tráfico internacional ilícito do cânhamo indiano e, especialmente, de sua resina". 
Nos Estados Unidos, em 1937, o Marihuana Tax Act foi aprovado e proibiu a produção de cânhamo, além da cannabis. As razões para o cânhamo também ter sido incluído na proibição são disputadas, mas vários estudiosos têm afirmado que a lei foi aprovada com o objetivo de destruir a indústria do cânhamo nos Estados Unidos,  graças ao envolvimento de empresários como Andrew MellonRandolph Hearst e da família Du Pont.  ​​Com a invenção do decorticador, o cânhamo tornou-se um substituto muito barato para a polpa de celulose que era usada pela indústria de jornais    e Hearst, consequentemente, acreditava que os seus grandes cultivos de madeira estavam em perigo. Mellon, o então Secretário do Tesouro dos Estados Unidos e o homem mais rico do país naquela época, tinha investido enormes quantias na nova fibra sintética da DuPont, o nylon, e acreditava que a substituição do seu recurso tradicional, o cânhamo, era essencial para o sucesso do novo produto.   
O "Relatório Mundial sobre Drogas" de 2012, elaborado pelas Nações Unidas, afirmou que a cannabis "foi a droga mais amplamente produzida, traficada e consumida no mundo em 2010", identificando que entre 119 milhões e 224 milhões de usuários adultos existiam no planeta (população com 18 anos ou mais). 
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Efeitos 

Ilustração dos principais efeitos causados pelo uso da canábis.
cannabis causa alguns efeitos psicoativos e fisiológicos quando é consumida.  Entre os efeitos imediatos do consumo de cannabis estão o relaxamento e a leve euforia, enquanto alguns efeitos colaterais indesejáveis imediatos incluem uma diminuição passageira na memória de curto prazo, boca seca, habilidades motoras levemente debilitadas e vermelhidão dos olhos.  Além de uma subjetiva mudança na percepção e, sobretudo, no humor, os efeitos físicos e neurológicos de curto prazo mais comuns incluem aumento da frequência cardíaca e do apetite, além da diminuição da memória de curto prazo, da memória de trabalho, da coordenação psicomotora e da concentração. Efeitos a longo prazo são menos óbvios.  Nos seres humanos, além de danos respiratórios quando fumada,  poucos efeitos nocivos sobre a saúde foram documentados pelo uso crônico de cannabis  
Dr. Jack E. Henningfield, do National Institute on Drug Abuse (NIDA), classificou a dependência relativa de seis substâncias diferentes (cannabiscafeínacocaínaálcoolheroína e nicotina) durante um estudo. A cannabis foi considerada a menos viciante, sendo a cafeína a segunda menos viciante. A nicotina foi classificada como a substância que causa maior dependência entre as avaliadas. 

Classificação psicoativa 

Embora muitas drogas psicoativas enquadrem-se claramente na categoria de estimulante, sedativo ou alucinógeno, a cannabis apresenta uma mistura de todas essas propriedades, talvez inclinando-se mais para características alucinógenas ou psicodélicas, embora com outros efeitos bastante pronunciados. O THC é tipicamente considerado o principal componente ativo da planta cannabis, apesar de vários estudos científicos sugerirem que outros canabinoides, como o CDB, também podem desempenhar um papel significativo em seus efeitos psicoativos. 
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Uso medicinal 

cannabis para uso medicinal tem vários efeitos benéficos bem documentados. Entre eles estão: melhora de náuseas e vômitos; estimulação do apetite entre pacientes que usam tratamentos quimioterápicos e em doentes com AIDS, diminuição da pressão intra-ocular (o que demonstrou-se eficaz no tratamento de glaucoma), além de efeitos analgésicos gerais. 
Papiro Ebers (circa 1500 aC), doAntigo Egito, tem uma prescrição decannabis medicinal aplicada diretamente para casos de inflamação.
Estudos individuais menos confirmados também foram realizados indicando que a cannabis pode ser benéfica para uma grande variedade de doenças, da esclerose múltipla à depressão. Canabinoides sintetizados também são vendidos como medicamentos prescritos, incluindo o marinol (dronabinol nos Estados Unidos e na Alemanha) e o cesamet (nabilone no Canadá, México, Estados Unidos e Reino Unido). Atualmente, no entanto, a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, não aprova o fumo de cannabis para qualquer condição ou doença, em grande parte porque a FDA afirma que ainda faltam evidências científicas de qualidade que comprovem que a utilização da planta é eficaz.  Outras instituições, como a American Society of Addiction Medicine, argumentam que não existe "cannabis medicinal", porque as partes em questão da planta não cumprem os requisitos das normas para medicamentos aprovados. 
Estudos recentes comprovaram a eficácia do THC, principal substância da cannabis, contra as células cancerígenas. Em pesquisas com tratamento de câncer, houve indícios de que o THC possa induzir as células malsãs a um processo de autodestruição, além de pesquisas com injeções intramusculares de concentrações de D9-tetraidrocanabinol (D9-THC) retardarem a progressão da imunodeficiência em macacos infectados comSIV (variante do vírus HIV) por diminuição da carga viral. 
Alguns estudos também apontam o consumo de THC como benéfico para portadores de Mal de Alzheimer. O brasileiro Dartiu Xavier da Silveira, Doutor em Psiquiatria e Psicologia Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi responsável por um estudo com dependentes decrack no qual estes se dispuseram a tratar sua dependência física através do uso de cannabis. Ao final do tratamento, 68% dos pacientes abandonaram o uso de crack, e posteriormente também cessaram o uso de cannabis. O estudo foi publicado na conceituada revista científica norte-americana Journal of Psychoactive Drugs, em 1999.   No entanto, críticos da pesquisa questionam o número baixo de usuários avaliados pelo experimento, além do fato de os dependentes terem sido acompanhado por pouco tempo e de que as condições sócio-econômicas deles não foram consideradas, o que torna difícil dizer que a cannabis foi a responsável pela melhora na dependência do crack. 
Dezoito estados dos Estados Unidos, além do Distrito de Colúmbia, já legalizaram a cannabis para uso médico através de leis estaduais.  Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, durante os julgamentos United States v. Oakland Cannabis Buyers' Cooperative e Gonzales v. Raich, que é o governo federal que tem o direito de regulamentar e criminalizar a cannabis, mesmo para fins médicos e mesmo se leis estaduais a legalizarem. Países como CanadáEspanhaPaíses BaixosFrança,79 ItáliaRepública Tcheca  e a Áustria legalizaram de alguma forma a cannabis, ou o extrato contendo uma dose baixa de THC, para uso medicinal. Recentemente, o Uruguai também tem tomado medidas para legalizar e regulamentar a produção e a venda da droga.
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Outros efeitos 

Comparação dos danos físicos e da dependência em relação a várias drogas (feita pela revista médica britânica The Lancet). 
Embora os efeitos de longo prazo da cannabis tenham sido estudados, ainda há muito para ser concluído. Várias pesquisas investigaram se o uso a longo prazo de cannabis pode causar ou contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças, tais como doença cardiovascular,transtorno bipolar, oscilações de humor ou outros distúrbios mentais. Seus efeitos sobre a inteligência, a memória, as funções respiratórias e a possível relação entre o uso de cannabis com transtornos mentais,  como a esquizofrenia,  psicose,  transtorno de despersonalização e a depressão,  ainda estão em discussão e não foram confirmados. 
Tanto defensores quando opositores do uso da planta são capazes de invocar inúmeros estudos científicos que apoiam suas respectivas posições.  Por exemplo: enquanto a cannabis tem sido relacionada ao desenvolvimento de diversos transtornos mentais em alguns estudos, esses estudos são muito diferentes quanto ao fato de se é o consumo de cannabis a real causa dos problemas mentais exibidos em usuários crônicos, se esses problemas mentais são mesmo agravados pelo consumo de cannabis, ou se tanto o uso de cannabis quanto os problemas mentais são efeitos causados por algum outro fator.
Foi apontado que, conforme o consumo de cannabis aumentou nas últimas décadas, as taxas de esquizofrenia não subiram da mesma forma no mesmo período. Lester Grinspoon, professor de psiquiatria da Harvard Medical School, diz que o argumento de que a cannabis causa psicose é refutado pela falta de "um boom na incidência de esquizofrenia nos Estados Unidos depois que milhões de pessoas começaram a fumar cannabis na década de 1960". A prevalência mundial de esquizofrenia é de cerca de 1% em adultos e a quantidade de pessoas que consomem cannabis em qualquer país parece não ter tido qualquer efeito sobre essa taxa. 
Um estudo médico feito pelo Medical Research Council, de Londres, e publicado em 2009 concluiu que usuários de cannabis recreativa não liberam quantidades significativas de dopaminaem uma dose oral de THC equivalente a um cigarro de cannabis padrão e que, portanto, o uso de cannabis poderia deixá-los vulneráveis à psicose. 
Os efeitos positivos do fármaco também foram observados. Por exemplo, em um estudo de 2009 pesquisadores descobriram que, em comparação com aqueles que não a fumavam, fumantes de cannabis de longo prazo tinham cerca de 62% menos chances de desenvolver câncer na cabeça e no pescoço. 
Uma revisão feita em 2014 por Wayne Hall, professor do King's College London e conselheiro sobre vício da Organização Mundial da Saúde (OMS), analisou os estudos feitos sobre cannabis desde 1993 e identificou que a planta vicia significativamente menos do que o álcool e a nicotina. Um em cada dez usuários contumazes podem ficar dependentes, mas a proporção aumenta para um em cada seis em pessoas que usam a erva desde a adolescência. A revisão também constatou que aqueles que fazem uso regular de cannabis têm duas vezes mais riscos de desenvolver transtornos psicóticos, especialmente têm um histórico pessoal ou familiar de doenças psicóticas e se começarem a usar cannabis na pré-adolescência. Contudo, o professor Hall afirma que alguns autores dos estudos revisados admitem não poder estabelecer uma relação direta de causa e efeito nessa questão. 
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Desenvolvimento cerebral de adolescentes 

Um estudo de 35 anos de duração com um grupo de pessoas, publicado em agosto de 2012 em Proceedings of the National Academy of Sciences e financiado em parte pelo National Institute on Drug Abuse (NIDA) e pelos Institutos Nacionais da Saúde (NIH), relatou uma associação entre o uso de cannabis a longo prazo e um declínio neuropsicológico.95 O estudo descobriu que o uso persistente e dependente de cannabis antes dos 18 anos de idade estava associado a danos permanentes à inteligência, atenção e memória de uma pessoa e sugeriu danos neurológicos causados pela cannabis em jovens. Interromper o uso de cannabis não pareceu reverter os danos cerebrais. No entanto, as pessoas que começaram a usarcannabis após os 18 anos de idade não mostraram declínios neuropsicológicos semelhantes àqueles observados em pessoas que começaram a usar a cannabis antes dessa idade. 
No entanto, os resultados do estudo de 2012 foram questionados quando uma nova análise publicada em janeiro de 2013 na mesma revista científica por pesquisadores do Ragnar Frisch Center for Economic Research, de Oslo, notou outras diferenças entre o grupo de estudo, como nível educacional, ocupação e outros fatores socioeconômicos, que mostraram o mesmo efeito sobre o QI que o causado pelo uso de cannabis. O resumo do estudo diz: "a pesquisa existente sugere um modelo alternativo baseado na variável de tempo dos efeitos do nível socioeconômico no QI. A simulação do modelo reproduz as associações relatadas no estudo de agosto 2012, sugerindo que os efeitos causais estimados por Meier et al. são susceptíveis de terem sido sobrestimados e que o efeito real pode ser zero."  Os pesquisadores apontaram outros três estudos que demonstraram que a cannabis não causa declínio no QI. Esses estudos mostraram que fumantes crônicos tiveram reduções claras no QI, mas que elas não eram permanentes.   
Um artigo de julho de 2012, divulgado na publicação Brain, da Oxford University Press, relatou deficiência na neuro-conectividade de algumas regiões do cérebro após o uso prolongado e pesado de cannabis iniciado na adolescência ou na idade adulta jovem. 
Um estudo de 2012 conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego não mostrou efeitos deletérios sobre o cérebro de adolescentes causados pelo uso dacannabis. Os pesquisadores analisaram neuroimagiologias antes e depois de indivíduos entre 16 e 20 anos de idade que consumiam álcool e comparou-as com indivíduos da mesma idade que usaram cannabis em seu lugar. O estudo analisou 92 pessoas e foi conduzido durante um período de dezoito meses. Embora o uso de álcool por adolescentes tenha resultado em uma redução observável de substância branca no cérebro e na saúde do tecido, o uso da cannabis não foi associado a qualquer dano estrutural. O estudo não mediu o desempenho cognitivo dos indivíduos que participaram da pesquisa. A publicação foi feita no jornal Alcoholism: Clinical and Experimental Research. 
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Teoria da "porta de entrada" 

Desde a década de 1950, as políticas de drogas nos Estados Unidos têm sido guiadas pela suposição de que experimentar cannabis aumenta a probabilidade de que os usuários acabarão por usar drogas mais "pesadas".  Esta hipótese tem sido um dos pilares centrais da política de drogas anti-cannabis nos Estados Unidos,  embora a validade e as implicações desta hipótese sejam muito debatidas.  Estudos têm demonstrado que o tabagismo é um preditor maior para o uso de drogas ilícitas pesadas do que fumar cannabis. 
Mulher vendendo cannabis e bhangem GuwahatiAssamÍndia.
Nenhum estudo amplamente aceito jamais demonstrou uma relação de causa e efeito entre o uso de cannabis e o uso posterior de drogas mais pesadas, como a heroína e a cocaína. No entanto, a prevalência da publicidade de cigarros de tabaco e a prática de misturar tabaco e cannabisjuntos em um único baseado, prática comum na Europa, são considerados fatores auxiliares na promoção da dependência de nicotina entre os jovens que usam cannabis. 
Uma grande revisão literária sobre a hipótese de a cannabis ser uma "porta de entrada" para outras drogas, feita em 2005, descobriu que características pré-existentes podem predispor os usuários à dependência em geral, que a disponibilidade de múltiplas drogas em uma determinada configuração confunde os padrões preditivos em seu uso e que as sub-culturas de drogas são mais influentes do que a da própria cannabis. O estudo pediu por mais pesquisas sobre "o contexto social, as características individuais e os efeitos da droga" para descobrir as relações reais entre a cannabis e o uso de outras drogas. 
Alguns estudos afirmam que, enquanto não há nenhuma prova para a hipótese da "porta de entrada",  jovens consumidores de cannabis ainda devem ser considerados como um grupo de risco para programas de intervenção.  Outras conclusões indicam que os usuários de drogas pesadas tendem a ser usuários de vários tipos diferentes de substâncias e que as intervenções devem abordar o uso de múltiplas drogas em vez de uma única droga pesada. 
Outra hipótese é que o efeito de "porta de entrada" pode ser detectado como resultado dos fatores "comuns" envolvidos com o uso de qualquer droga ilegal. Por ser considerada ilegal, os consumidores de cannabis estão mais propensos a estar em situações que lhes permitam conhecer pessoas que usam e/ou vendem outras drogas ilegais.    Com este argumento, alguns estudos têm demonstrado que o álcool e o tabaco podem ser considerados como "drogas de entrada".  No entanto, uma explicação mais parcimoniosa pode ser que a cannabis é simplesmente uma droga mais prontamente disponível do que outras substâncias ilegais mais pesadas, enquanto o álcool e o tabaco são mais fáceis de se obter antes do que a cannabis(porém o inverso também pode ser verdadeiro em algumas regiões), levando assim ao "efeito porta de entrada" nas pessoas que são mais propensas a experimentar qualquer droga oferecida. 
Um estudo de 2008 do Instituto Karolinska sugere que ratos jovens tratados com THC receberam uma maior motivação para o uso de outras drogas (no caso do estudo, a heroína) sob condições de estresse.    Outro estudo, realizado em 2010 e publicado no Journal of Health and Social Behavior, da American Sociological Association, constatou que os principais fatores para usuários se deslocarem para outras drogas foram idade, riqueza, desemprego e estresse psicológico. O estudo concluiu que não há validade para a "teoria da porta de entrada" e que o uso de drogas está mais intimamente ligado à situação de vida de uma pessoa, embora os usuários de cannabis estejam mais propensos a usar outras drogas. 
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Manipulação 

Formas 

FORMAS DE MANIPULAÇAO
CompostoDescrição
Folhas e florOs termos maconha, erva, liamba ou marijuana referem-se às folhas secas das plantas Cannabis e às flores das plantas femininas.165 Este é o modo mais amplo de consumir-se cannabis. Contém um teor de THC que pode variar de 3% até 22%;166 em contrapartida, a Cannabis utilizada para produzir linhagens industrais de cânhamocontém menos de 1% do THC.167
Kiefkief é feito a partir de tricomas (incorretamente referidas muitas vezes como "pólen"), retiradas das folhas e flores das plantas Cannabis. Kief também pode ser compactado para produzir uma forma de haxixe, ou consumido em forma de pó.168
Haxixehaxixe é uma resina concentrada, produzida a partir das plantas fêmeas da canábis. O haxixe é mais forte do que as folhas secas e pode ser fumado ou mastigado. A cor varia entre preto e dourado escuro.169
Óleo de haxixeóleo de haxixe é um óleo essencial extraído das plantas Cannabis através da utilização de diversos solventes. Possui uma elevada proporção de canabinoides (variando entre 40-90%).170 171
TinturaCanabinoides podem ser extraídos da matéria vegetal da cannabis para criar uma tintura, muitas vezes referida como Green Dragon.172
InfusõesExistem muitas variedades de infusões de cannabis devido à variedade de solventes não voláteis utilizados. O material vegetal é misturado com o solvente e, em seguida, prensado e filtrado para expelir os óleos da planta para o solvente. Exemplos de solventes utilizados neste processo são a manteiga de cacau, manteiga de leite, óleo de cozinhaglicerina e hidratantes da pele. Dependendo do solvente, estes podem ser utilizados em alimentos de cannabis ou aplicados topicamente.173

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