O QUE É GIARDIA?


 Giárdia
A giárdia (Giardia lamblia) é um protozoário microscópico que parasita o intestino dos mamíferos, inclusive de seres humanos. Nos seres humanos, costuma parasitar o intestino delgado, principalmente em segmentos de duodeno e jejuno.
A G. lamblia, G. intestinalis ou G. duodenale são os sinónimos dados à mesma espécie de parasitas protozoários flagelados. As giárdias existem em duas formas. Os trofozoítos tem 20 micrómetros de comprimento e 10 µm de largura, forma de pêra e são móveis, possuindo quatro pares de flagelos (anterior, posterior, ventral e caudal) e dois núcleos, dois corpos parabasais, e ainda dois axonemas cada um; enquanto os cistos são arredondados, com dois ou quatro núcleos, quatro corpos parabasais, quatro axonemas e com parede celular grossa, imóveis, mas por essas condições, se tornam mais resistentes e com maior potencial patológico. A reprodução dos trofozoítos é assexuada - por divisão binária longitudinal- e têm a capacidade de variar as suas proteínas de superfície, evadindo o sistema imunitário.
Este flagelado pode viver no estado livre, em lagos ou ribeiras, durante bastante tempo.
File:Giardia lamblia SEM 8698 lores.jpg
História

Anton van Leeuwenhoek (1681) observou animalúnculos móveis (trofozoíto) em suas próprias fezes. Todavia, Lambl, em 1859, o descreveu com mais pormenores. Este gênero foi criado por Kunstler (1882) ao verificar a presença de um flagelado no intestino de girinos.
Ficheiro:Jan Verkolje - Antonie van Leeuwenhoek.jpg
Anton van Leeuwenhoek

    Ciclo de vida

O ciclo de vida é simples: ocorre a ingestão do cisto (forma infectante), onde no duodeno ele deixa de ser cisto e passa para sua forma ativa, o trofozoíto. Os trofozoítos têm proteínas de adesão às células da mucosa e geralmente não são arrastados com as fezes. Estes então, colonizam o intestino delgado, fazendo diversas divisões binárias, podendo assim causar uma inflamação na mucosa intestinal, resultando em diarréia. Alguns trofozoítos transformam-se em cistos, que são formas resistentes mas inativas, que são arrastadas e excretadas com as fezes. No exterior, os cistos resistem por algumas semanas até aproximadamente 2 meses. Se forem ingeridos por algum animal, são ativados durante a passagem pelo seu estômago e transformam-se em trofozoítos, completando seu ciclo de vida biológico.

    Epidemiologia

Os principais riscos de infecção pela Giárdia é pelo consumo de alimentos contaminados por água não tratada, além de auto-infecção ou manipulação de alimentos de forma inadequada. A infecção pode ocorrer também através de relações sexuais.
A giárdia (Giardia lamblia) costuma ser encontrada em diversos lugares do mundo, afetando, principalmente, crianças na faixa de 6 anos - interessante ressaltar que este fato é devido a proximidade de criança brincarem em parques,nas ruas, entre outros lugares que possam conter o cisto, ou a própria ingestão de alimentos contaminados - podendo assim ocorrer surtos em creches, por exemplo, aonde as pessoas desta faixa etária se contaminam com maior facilidade, devido ao contato direto.

Patogenia

Giárdia (Giardia lamblia) causa diarreia e dificuldades na absorção intestinal. Por aderir e diminuir as microvilosidades do intestino, dificultando a absorção de nutrientes; e por possuir proteases que agem em glicoproteína, levando lesões à mucosa, desencadeando também uma resposta inflamatória.


      Diagnóstico

O diagnóstico é confirmado a partir do achado de cistos ou trofozoítas nas fezes. Por haver pequena quantidade em amostras, é de difícil diagnóstico, por isso deve-se ter ao menos três amostras do paciente suspeito ou contaminado. Uma maneira mais direta, porém menos quantitativa, é a pesquisa de antígeno por ELISA nas fezes. Tendo um alto grau de sensibilidade (de 85 % a 95%) e de especificidade ( 90% a 100%).

Giardíase

A giardíase é uma infecção do intestino delgado causada pela Giardia lamblia, um parasita unicelular. A giardíase ocorre em todo o mundo, sendo especialmente comum entre crianças e nos locais onde as condições sanitárias são ruins. Nos Estados Unidos, a giardíase é uma das infecções parasitárias intestinais mais comuns. Ela é mais comum em homossexuais do sexo masculino e em indivíduos que viajaram para países em desenvolvimento. Ela também é mais freqüente em indivíduos que apresentam uma baixa acidez gástrica, que foram submetidos à remoção cirúrgica do estômago, que apresentam pancreatite crônica ou um comprometimento do sistema imune. O parasita é transmitido de um indivíduo a outro através de cistos eliminados nas fezes. A transmissão pode ocorrer diretamente entre as crianças ou parceiros sexuais ou indiretamente através de alimentos ou de água contaminados.

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas, os quais são geralmente discretos, incluem a náusea intermitente, a eructação, a flatulência, o desconforto abdominal, fezes volumosas e fétidas e a diarréia. Quando a infecção é grave, o indivíduo pode tornar-se incapaz de absorver nutrientes alimentares importantes resultando na perda significativa de peso. A razão pela qual a giardíase interfere na absorção de nutrientes permanece desconhecida. Os sintomas sugerem o diagnóstico ao médico. Os resultados dos exames laboratoriais que revelam a presença do parasita nas fezes ou na secreção coletada do duodeno confirmam o diagnóstico. Como os indivíduos que estão infectados há muito tempo tendem a excretar os parasitas em intervalos imprevisíveis, pode ser necessária a realização de vários exames de fezes.

Tratamento

Administrada pela via oral, a quinacrina é muito eficaz contra a giardíase. Contudo, a quinacrina pode causar desconforto gastrointestinal e, raramente, ela produz um comportamento extremamente anormal (psicose tóxica). O metronidazol também é eficaz e causa menos efeitos colaterais, mas ele não foi até o momento aprovado para o tratamento da giardíase pela Food and Drug Administration. A furazolidona é menos eficaz que a quinacrina ou o metronidazol, mas, como está disponível na forma líquida, ela pode ser prescrita para as crianças. As mulheres grávidas podem ser tratadas com a paromomicina, mas somente quando os sintomas são graves. Os indivíduos que vivem com uma pessoa infectada ou que tiveram contato sexual com a mesma devem consultar um médico para a realização de exames e, quando necessário, realizar o tratamento.

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