CAPUCHINHO VERMELHO(CHAPEUZINHO VERMELHO


                 Capuchinho Vermelho 
Chapeuzinho Vermelho (título no Brasil) ou Capuchinho Vermelho (título em Portugal) é um conto de fadas clássico, de origem europeia do século 14. O nome do conto vem da protagonista, uma menina que usa um capuz vermelho. O conto sofreu inúmeras adaptações, mudanças e releituras modernas, tornando-se parte da cultura popular mundial, e uma das fábulas mais conhecidas de todos os tempos.

Uma menina conhecida como Chapeuzinho Vermelho, atravessa a floresta para entregar uma cesta de pães de mel para sua "Vovó" doente, mas a estrada se bifurca entre um caminho longo e seguro e um caminho mais curto e perigoso. A menina toma o caminho curto, aonde é vista por um lobo, geralmente chamado de Lobo Mau. Ele sugere que a menina volte e tome o caminho longo, por segurança. Chapeuzinho segue o conselho do lobo e volta atrás. Mas enquanto ela toma o caminho longo, o Lobo Mau segue pelo caminho curto, chega à casa da Vovó, e a devora completamente. Então, se veste com suas roupas e aguarda Chapeuzinho na cama da Vovó. Quando a menina chega, nota a aparência estranha de sua avó, e tem o famoso diálogo com o lobo:
—Porque esses olhos tão grandes? Então ela é respondida:

Ó minha querida, são para te enxergar melhor
—Porque essas orelhas tão grandes?
—São para te ouvir melhor.
—E porque essa boca tão grande?
—É para te comer!!!
Nesse momento, a "avó" (que era o lobo disfarçado), revela-se e devora Chapeuzinho, que grita assustada. Então, um caçador que passava por ali, ouve os gritos, e encontra o lobo dormindo na cama. O caçador então abre a barriga do lobo onde saem chapeuzinho e sua avó, ilesas.

  A História do Conto
As origens de Chapeuzinho Vermelho podem ser rastreadas até por de vários países europeus e mais do que provavelmente anteriores ao século 17, quando o conto adquiro a forma conhecida atualmente, com a versão dos irmãos Grimm de inspiração. Chapeuzinho Vermelho era contada por camponeses na França, Itália e Alemanha, sempre com um caráter muito popular.

Charles Perrault

            Charles Perrault
A versão impressa mais antiga é de Charles Perrault, Le Petit Chaperon Rouge, retirada do folclore francês foi inserida no livro Contos da Mamãe Gansa. A historia de Perrault retrata uma "moça jovem, atraente e bem educada", que ao sair de sua aldeia é engana pelo lobo, que como e velha e arma uma armadilha para a a menina que termina sendo devorada, sem final feliz. Essa versão foi escrita para a corte do rei Louis XIV,no final do século 17, destinada a um público, que o rei entretinha com festas extravagantes e prostitutas, que pretendia levar uma moral as mulheres para perceberem os avanços de maus pretendentes e sedutores. Um coloquialismo comum da época era dizer que uma menina que perdeu a virgindade tinha "visto o lobo". O autor explica a moral da historia ao fim d conto nos seguintes termos:
A partir desta história se aprende que as crianças, especialmente moças jovens, bonitas, corteses e bem-educadas, não se enganem em ouvir estranhos, E não é uma coisa inédita se o Lobo, desta forma,(arranjar) o seu jantar. Eu chamo Lobo, para todos os lobos que não são do mesmo tipo (do lobo da história), há um tipo com uma disposição receptiva - sem rosnado, sem ódio, sem raiva, mas dócil, prestativo e gentil, seguindo as empregadas jovens nas ruas, até mesmo em suas casas. Ai de quem não sabe que esses lobos gentis são de todas as criaturas como as mais perigosas!

         Os Irmãos Grimm
o século 19 duas versões da história foram contadas a Jacob Grimm e seu irmão Wilhelm Grimm, a primeira por Jeanette Hassenpflug (1791-1860) e a segunda por Marie Hassenpflug (1788-1856). Os irmãos registram a primeira versão para o corpo principal da história e a segunda em uma sequência do mesmo. A história com o título de Rotkäppchen foi incluído na primeira edição de sua coleção Kinder-und Hausmärchen (contos infantis domésticos (1812)). Perrault é quase certamente a fonte do primeiro conto. No entanto, eles modificaram o final, introduzindo o caçador que abre a barriga do lobo e tira a menina e sua avó; esse final é idêntico ao que no conto O lobo e os sete cabritinhos, que parece ser a fonte. A segunda parte contou com a menina e sua avó prendem e matando um outro lobo, desta vez antecipando seus movimentos baseados em sua experiência anterior. A menina não deixou o caminho quando o lobo falou com ela, sua avó trancou a porta para mantê-lo fora, e quando o lobo se escondia, a avó manda Chapeuzinho colocar no fogo uma panela com água que salsichas tinha sido cozido. O cheiro que sai da chaminé atrai o lobo para baixo, e ele se afogou. Os irmãos mais revisaram novamente a história em edições posteriores até alcançar a versão final, acima mencionada, e publica-la na Edição de 1857 de seu trabalho.

           Outros Autores
Andrew Lang incluiu uma variante como "A Verdadeira História do Chapeuzinho Dourado" em O Livro Vermelho de fadas, derivado da obra de Charles Marelles, em Contos de Charles Marelles . Esta variante dizia explicitamente que a história havia sido mau contada. A menina foi salva, mas não pelo caçador, quando o lobo tentou comer ela, sua boca foi queimada pelo capuz de ouro que ela usava, que ficou encantado.
James N. Barker escreveu uma variação de Chapeuzinho Vermelho em 1827 como uma história de cerca de 1000 palavras. Mais tarde foi reimpresso em 1858 em um livro de histórias coletadas editada por William E Burton, chamado de Enciclopédia de Inteligência e Humor. A reimpressão também apresenta uma gravura em madeira de um lobo vestido de joelhos segurando a mão de Chapeuzinho Vermelho.

No século XX, a interpretação do conto foi muito popularidade, com muitas novas versões sendo escrito e traduzidas, especialmente na esteira da análise freudiana, desconstrução e teoria crítica feminista. Esta tendência também levou a uma série de textos acadêmicos sendo escrito que se concentram em Chapeuzinho Vermelho, incluindo obras de Alan Dundes e Zipes Jack.
Depois, quando a historia já tinha um forte caráter infantil, o XXI, trouxe ainda novas versões: a irreverência e o deboche em Dalton Trevisan, os desenhos de Maurício de Sousa atraindo o público mais infantil, Neil Gaiman impressionando seus leitores ao expôr uma Capuchinho/Chapeuzinho indiferente a morte da vó pelo lobo, e Deu a louca na Chapeuzinho, filme de 2005 com paródia dos personagens.
Guimarães Rosa, em Fita verde no cabelo, traz uma versão para adolescentes. Ela vai desde o fluxo das fantasias de uma jovem até o momento em que se defronta com a morte de sua avó, sendo desta forma, obrigada a enfrentar seus medos, angústias e solidão. Chico Buarque faz uma paródia, Chapeuzinho Amarelo, para o público pré-adolescente.
Em 2005, Ivone Gomes de Assis publicou Bonezinho Vermelho e a internet no século XXI, uma releitura parodiada, que traz as tendências da mídia virtual. Nesta obra ilustrada, a vovozinha é uma hacker, que se disfarça até nas

 preferências do cotidiano, afirmando não gostar de nada que é tecnologia. A figura "feia" da vovó tenta quebrar o mito que muitos carregam ao pensar que a voz e a escrita, suave e gostosa, dos participantes de chats, sempre pertencem a pessoas bonitas e cheias de boa intenção. É uma obra bilingue, para crianças e adultos.
Hilda Hilst, também contribui no estudo deste conto, com a divertida paródia A Chapéu, publicada na obra Bufólicas. A autora recria uma Chapeuzinho cafetina do Lobo.
Em março/2011, a WarnerBros lançou Red Riding Hood (A Garota da Capa Vermelha no Brasil e A Rapariga do Capuz Vermelho em Portugal), com direção de Catherine Hardwicke e roteiro por David Leslie Johnson, no filme a historia é abordada de modo sombrio e o lobo é dissubstituído por um lobisomem, como nos contos mais medievais.

       Interpretações
 

Além da advertência ostensiva sobre falar com estranhos, há muitas interpretações do conto de fadas clássicos, muitos deles de cunho sexual.
                                                                                                                                                          Despertar Sexual

Chapeuzinho Vermelho tem sido visto como uma parábola da maturidade sexual. Nesta interpretação, o manto vermelho simboliza o sangue do ciclo menstrual, enfrentando a "floresta escura" da feminilidade. Ou a capa poderia simbolizar o hímen (versões anteriores do conto geralmente não afirmam que o manto é vermelho). Neste caso, o lobo ameaça a virgindade da menina. O lobo antropomórfico simboliza um homem, que poderia ser um amante sedutor, ou predador sexual. Isso difere da explicação ritual em que a entrada na idade adulta é biológica, não socialmente determinada. Essa conotação sexual é muito forte, porem velada, nos antigos contos medievais. a chapeuzinho ela se masturbava, e matou a avo para pegar as caracteristícas da avo para testar com o lobo a cor da sua roupa vermelha significava cor da sedução.
       
                                                                                                                                                    Ataques de Lobos
O Etólogo Geist Valerius da Universidade de Calgary, Alberta, EUA escreveu que a fábula foi baseada em risco real de ataques de lobo na época. Ele argumenta que os lobos eram de fato perigosos predadores, e fábulas serviam como uma advertência válida para não entrar em florestas onde era conhecido para que os lobos viviam, e estar a olhar para tal. Essa interpretação tem o respaldo dos muitos ataques de lobos frequentes em regiões campestres da França, aonde a historia era frequentemente contada.


Os ciclos Naturais
Em termos de mitos solares e outros ciclos de ocorrência natural, o capuz vermelho pode representar o sol brilhante que é, em última análise engolido pela noite terrível (o lobo), e as variações em que ela é cortada da barriga do lobo representam o amanhecer. Nesta interpretação, há uma conexão entre o personagem Lobo Mau e Skoll, lobo do mito nórdico que vai engolir o Sol personificado em Ragnarök, ou Fenrir. Nesse mito nordico o Deus Thor se veste de mulher e é levado por Loki no lugar da deusa Fenrir, para enganar o o grande lobo Skoll.


 Ritual
O conto tem sido interpretado como um ritual de puberdade, decorrentes de uma origem pré-histórico (às vezes uma origem decorrente de uma era matriarcal anterior). A menina, sai de casa, entra em uma liminar e passando pelo atos do conto, é transformada em uma mulher adulta pelo ato de sair da barriga do lobo. Ou ainda como um renascimento, mas assim adquirindo uma visão mais crista. A menina que insensatamente ouviu o lobo renasceu como uma nova pessoa ao ser salva da barriga dele. Havendo ai um paralelo com o a narrativa biblíaca em que Jonas consegue ressurgir com vida de dentro da barriga de um Grande Peixe.


                                                                                                                                                                   Os doisCaminhos
No começo da história a protagonista pode escolher entre um caminho longo e seguro e um caminho rápido e perigoso. Fica então evidente um arquétipo cristão de moralidade, aonde a menina escolhe um caminho que vai lhe levar de encontro a fera do lobo, ao invés de perseverar na segurança do caminho longo. Essa seria uma moral essencial das fábulas em geral, aonde o protagonista é levado a fazer uma escolha entre a virtude e desafio, ou o vício e o aparente atalho que este parece oferecer.
A Garota da Capa Vermelha" é Versao de Chapeuzinho,A Rapariga do capuz Vermelho em Portugal 
"A Garota da Capa Vermelha", que poderia muito bem ser chamado de "Crepúsculo Redux", faz uma releitura da história infantil de Chapeuzinho Vermelho para o público adolescente de nossos tempos - ou seja, aquele que transformou em sucesso os livros de Stephenie Meyer e os filmes baseados nesses romances.
Não é à toa que no trailer e pôster do filme a informação "Da mesma diretora de 'Crepúsculo'" apareça com grande destaque. A diretora em questão é Catherine Hardwicke. Não é apenas a diretora que o filme compartilha com seu primo rico.

O ator que interpreta o pai de Bella, Billy Burke, também faz o pai da protagonista aqui, que se chama Valerie, mas talvez pudesse até chamar-se Linda - para fazer par com a Bella de "Crepúsculo". Muito suspiro, muito amor virginal, um amor impossível e uma criatura perigosa - está montada a fórmula barata a ser seguida.

Valerie é interpretada por Amanda Seyfried, atriz irregular de belos olhos arregalados que faz lembrar personagem de mangá. Vivendo numa aldeia da Idade Média - bem podia ser no presente em outro país, ou nas sobras de cenário de "A Vila" -, ela e seu povoado sofrem de um grande mal.

Em noites de lua cheia, são atacados por um lobo mau, um lobisomem ou uma criatura semelhante, isso só vamos descobrir mais tarde. Para evitar mortes, sacrificam-se animais. O povoado vive sob medo constante. A situação piora quando a irmã mais velha de Valerie é morta pela criatura.

Crepúsculo" não foi o responsável por inventar metáforas para simbolizar o despertar sexual. Desde sua concepção, a história de Chapeuzinho Vermelho representa o mesmo em seus símbolos, o medo do predador de outro sexo e a perda da pureza, da inocência. O que alguns filmes fizeram - e nesse pacote inclua-se "A Garota da Capa Vermelha" - foi eliminar qualquer profundidade e transformar a história numa trama de amor espiritual, pois a concretização carnal custa a acontecer - quando acontece.
O diretor irlandês Neil Jordan, em "Na Companhia de Lobos", adaptado da escritora inglesa Angela Carter, entre outros, já havia feito uma releitura pós-moderna e mais sagaz da mesma história. Até um desenho animado, "Deu a Louca na Chapeuzinho", tem mais a dizer do que o filme de Catherine Hardwicke, ex-diretora de arte que estreou como cineasta com o bom "Aos Treze" (2003), mas nunca mais repetiu o acerto ao falar das ansiedades, medos, frustrações e erros da adolescência.

O interesse amoroso de Valerie é o lenhador Peter (Shiloh Fernandez, cuja carga de atuação se concentra no seu cabelo desarrumadamente fashion). Mas os pais da garota (Burke e Virginia Madsen) querem que ela faça um bom casamento, com o mauricinho Henry Lazar (Max Irons). Ela pensa em fugir com seu amado, mas o lobo mau atrapalha seus planos.

A chegada de um padre viúvo e pai de duas filhas, caçador de lobisomens, interpretado por Gary Oldman, dono de uma câmara de tortura em forma de elefante, tende a trazer alguma movimentação para o filme. Mas não dura muito. Logo Valerie ganha uma capa vermelha de sua avó (Julie Christie), uma espécie de hippie com dreadlocks no cabelo que vive afastada na floresta.


Seria ela uma bruxa? Não, o filme não entra na questão da opressão feminina - afinal, não estamos falando de "As Bruxas de Salém". A avó simplesmente é uma personagem descolada em meio às pessoas simples do vilarejo.

Mas porque ela dá uma capa para a neta? Simplesmente por que o filme se chama "A Garota da Capa Vermelha", e em algum momento terá de colocar em cena uma menina com a tal indumentária. Fora isso, não há qualquer significado para o apetrecho. A diretora parece gostar do contraste da capa tom de sangue com o branco da neve. Tem predileção também por imagens aéreas, mas não se dá ao trabalho de criar climas, suspense ou tensão - sexual ou de qualquer outro teor.

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