BIOGRAFIA ZE RAMALHO




     ze ramalho
José Ramalho Neto, (Brejo do Cruz, 3 de outubro de 1949), mais conhecido como Zé Ramalho, é um cantor e compositor brasileiro.
Suas influências musicais são uma mistura de elementos da cultura nordestina (cantadores, repentistas e rabequeiros), da Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Golden Boys e Renato e seus blue caps), a sonoridade dos Beatles e a rebeldia de The Rolling Stones, Pink Floyd, Raul Seixas e, principalmente, Bob Dylan. Há elementos da mitologia grega e de histórias em quadrinhos em suas músicas.
Tem seis filhos: Christian (1974), Antônio Wilson (1978), João (1979), Maria M. (1981), José (1992) e Linda (1995); além de cinco netos, Ester (1999) e Miguel (2004), filhos de Maria com Zé Carlos; Ana Lua (2002), filha de João com Mariana; Maria Luísa, (2009) e Felipe (2011), filhos de Christian e Tatiana. É casado com Roberta Ramalho, mãe de José e Linda, há 27 anos.
brejo do cruz






Infância
Zé Ramalho nasceu em 3 de outubro de 1949 em Brejo do Cruz/PB, filho de Estelita Torres Ramalho, uma professora do ensino fundamental, e Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, um seresteiro. Quando tinha dois anos de idade, seu pai se afogou numa represa do sertão, e passou a ser criado por seu avô. A relação entre os dois seria mais tarde homenageada na canção "Avôhai". Após passar a maior parte da sua infância em Campina Grande, sua família se mudou para João Pessoa. Esperava-se que ele se formasse em Medicina.
Assim que a família se estabeleceu em João Pessoa, ele participou de algumas apresentações de Jovem Guarda, sendo influenciado por Renato Barros, Leno e Lílian, Roberto Carlos & Erasmo Carlos, Golden Boys, The Rolling Stones, Pink Floyd e Bob Dylan.
Em 1974, seu primeiro filho, Christian, nasceu.
       Os primeiros trabalhos: 1974-1975
Em 1974, ele tocou na trilha sonora do filme Nordeste: Cordel, Repente e Canção, de Tânia Quaresma. Na época, passou a misturar as suas influências: de Rock and roll a forró. Um ano depois, gravou seu primeiro álbum, Paêbirú, com Lula Côrtes na gravadora Rozenblit. Hoje em dia, as cópias desse disco valem muito por serem raras.
[editar]Começo da carreira: 1975-1984
Em 1977, gravou seu primeiro álbum solo, Zé Ramalho. No próximo ano, seu segundo filho, Antônio Wilson, nasceu.
Em 1979, veio o terceiro filho, João, fruto de sua relação com Amelinha, e também o segundo álbum, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu. Mudou-se para Fortaleza em 1980, onde escreveu seu livro Carne de Pescoço. O terceiro álbum A Terceira Lâmina, foi lançado em 1981, ano em que nasceu sua primeira filha, Maria Maria; logo após, veio o quarto disco, Força Verde, em 1982.
Em 1983, após o lançamento do quinto álbum, "Orquídea Negra", terminou sua relação com Amelinha e se mudou para o Rio de Janeiro. Depois de gravar "Por aquelas que foram bem amadas ou para não dizer que não falei de rock", no início do ano de 1984, passou a viver com Roberta Ramalho, com quem vive até hoje.
[editar]Queda na popularidade: 1985-1990
Os anos oitenta seriam palco de uma queda no sucesso de Zé Ramalho, com o lançamento dos álbuns Pra Não Dizer Que Não Falei de Rock ou Por Aquelas Que Foram Bem Amadas (1984), De Gosto de Água e de Amigos (1985), Opus Visionário (1986) e Décimas de um Cantador (1987). Uma possível causa dessa fase ruim seria o uso de experimentalismo na música. Em 1990, ele tocou nos Estados Unidos para um público brasileiro.
                 Acusação de plágio
Zé Ramalho foi acusado na edição da revista Veja de 21 de julho de 1982 de plagiar na letra da canção "Força Verde  um texto de William Butler Yeats utilizado como introdução Roy Thomas na revista em quadrinhos do Hulk publicada no Brasil 10 anos antes pela GEA
Após esse fato outras acusações de plágio vieram a tona, uma delas foi referente a uma música de muito sucesso cantada por Amelinha (Mulher nova, bonita e carinhosa…), porém, todas as acusações se mostraram inidôneas.
  
           De volta ao sucesso: 1991-2001
Em 1991, sua única irmã, Goretti, morreu. Ainda assim, gravou seu décimo primeiro álbum, Brasil Nordeste (que continha regravações de músicas típicas nordestinas) e voltou ao seus tempos de sucesso. A canção "Entre a Serpente e a Estrela" foi utilizada na trilha sonora da novela Pedra Sobre Pedra. Em 1992, teve seu quinto filho, José, (o primeiro com Roberta), fato que foi seguido pelo lançamento do álbum Frevoador. Em 1995, nasceu a segunda filha: Linda.
Em 1996, gravou o álbum ao vivo O Grande Encontro com Elba Ramalho e os famosos nomes da MPB Alceu Valença e Geraldo Azevedo. No mesmo ano, lançou o álbum Cidades e Lendas.
O sucesso de O Grande Encontro foi grande o suficiente pra que Zé Ramalho decidisse gravar uma nova versão de estúdio em 1997, desta vez sem Alceu Valença. O álbum vendeu mais de 300.000 cópias, recebendo os certificados ouro e platina.
Para celebrar seus vinte anos de carreira, lançou o CD Antologia Acústica. A gravadora Sony Music também lançou uma box set com três discos: um de raridades, um de duetos e um de sucessos. A escritora brasileira Luciane Alves lançou o livro Zé Ramalho – um Visionário do século XX.
Antes do fim do milênio, um outro sucesso Admirável Gado Novo (primeiramente lançado no álbum A Peleja do Diabo com o Dono do Céu) foi usado como abertura da novela O Rei do Gado. Ele também lançou o álbum Eu Sou Todos Nós, seguido do Nação Nordestina, sendo que nesse último a música nordestina foi novamente explorada. O álbum foi indicado para o Latin GRAMMY Award de Melhor Álbum de Música Regional ou de Origem Brasileira.
[editar]O terceiro milênio: 2001-atualmente
O primeiro trabalho do século XXI foi o álbum tributo Zé Ramalho Canta Raul Seixas, com regravações de canções do músico baiano. Dividiu o palco com Elba Ramalho no Rock in Rio III. Em 2002, a Som Livre lança um CD de grandes sucessos chamado Perfil, parte da séria Perfil. Também em 2002, veio o décimo sétimo álbum, O Gosto da Criação.
Em 2003, Estação Brasil, um álbum com várias regravações de canções brasileiras e uma inédita foi lançado. Fez uma participação especial na faixa "Sinônimos" do álbum Grandes clássicos sertanejos, de Chitãozinho & Xororó.
Em 2005, gravou seu único álbum solo ao vivo, Zé Ramalho ao vivo. Seu mais recente álbum de inéditas Parceria dos Viajantes, foi lançado em 2007 e indicado para o Latin GRAMMY de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.[3][4]
Em 2008, um álbum de raridades chamado Zé Ramalho da Paraíba foi lançado pela Discoberta, seguido de um novo álbum de covers Zé Ramalho canta Bob Dylan - Tá tudo mudando, homenageando o músico americano.
Em 2009, um novo álbum de covers Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga foi lançado para homenagear o músico pernambucano.[5]
Em 2010, continuou homenageando suas influências com o álbum Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro.
Seu trabalho mais recente é o álbum Zé Ramalho canta Beatles, lançado em agosto de 2011, com regravações do Fab Four. É o seu quarto álbum de covers em três anos.
       Discografia
                                                                                                  Anterior a oficial
Paêbirú (1974) disco gravado juntamente com Lula Côrtes, gravado pela Rozemblit. Um dos primeiros discos não-declarados de psicodelia brasileira (tendo, inclusive, uma canção com nome de cogumelo alucinógeno). Neste disco, compuseram faixas dedicadas aos quatro elementos da natureza (terra, ar, água e fogo). É hoje considerado uma clássico alternativo, com destaque especial para o seu uso de fuzz guitar.
[editar]Álbuns de estúdio
1978 - Zé Ramalho - (Epic/CBS)
1980 - A Peleja do Diabo com o Dono do Céu - (Epic/CBS)
1981 - A Terceira Lâmina - (Epic/CBS)
1982 - Força Verde - (Epic/CBS)
1983 - Orquídea Negra - (Epic/CBS)
1984 - Por Aquelas Que Foram Bem Amadas ou Pra não dizer que não falei de Rock - (Epic/CBS)
1985 - De Gosto de Água e de Amigos - (Epic/CBS)
1986 - Opus Visionário - (Epic/CBS)
1987 - Décimas de um Cantador - (Epic/CBS)
1992 - Frevoador - (Columbia/Sony Music)
1996 - Cidades e Lendas - (BMG)
1996 - "Antologia Acústica" - (BMG)
1998 - Eu Sou Todos Nós - (BMG)
2000 - "Nação Nordestina" - (BMG)
2001 - "Zé Ramalho canta Raul Seixas" - (BMG)
2002 - O Gosto da Criação - (BMG)
2003 - Estação Brasil - (BMG)
2005 - "Zé Ramalho ao Vivo" - (Sony/BMG)
2007 - Parceria dos Viajantes - (Sony/BMG)
2008 - Zé Ramalho Canta Bob Dylan - Tá Tudo Mudando - (EMI)
2008 - Zé Ramalho da Paraíba - (Discobertas/Coqueiro Verde)
2009 - "Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga" - (Discobertas/Sony)
2010 - "Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro" - (Discobertas/Sony)
2010 - "Zé Ramalho - A Caixa de Pandora" - (Discobertas/Sony)
2011 - "Zé Ramalho Canta Beatles" - (Discobertas/Sony)
                               Coletâneas
2002 - Perfil
2007 - Zé Ramalho em foco"
                                                                                       Cover
1991 - Brasil Nordeste - (Columbia/Sony Music)
2000 - Nação Nordestina - (BMG)
2001 - Zé Ramalho Canta Raul Seixas - (BMG)
2008 - Zé Ramalho canta Bob Dylan - Tá tudo mudando - (EMI)
2009 - Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga - (Discobertas/Sony)
2010 - Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro - (Discobertas/Sony)
2011 - Zé Ramalho canta Beatles - (Discobertas/Sony)
                             Ao vivo
2005 - Zé Ramalho ao vivo - (Sony/BMG)
                       Caixa
1996 - 20 Anos de Carreira (Sony Music)
2009 - Participação de Zé Ramalho no DVD de Capim Cubano Ao Vivo em João Pessoa - PB
2010 - Box - A Caixa de Pandora - (Sony Music)
[editar]Participações
1996 - O Grande Encontro - com Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo)
1997 - O Grande Encontro 2 - com Elba Ramalho e Geraldo Azevedo)
2000 - O Grande Encontro 3 - com Elba Ramalho e Geraldo Azevedo)
2003 - Lisbela e o Prisioneiro - com Sepultura - Trilha Sonora)
2010 - O Bem Amado (filme) - Trilha Sonora)
                                                                                        Participações especiais
Lordose pra leão - os pássaros não calçam rua
Jorge Cabeleira - Jorge Cabeleira e o dia em que seremos todos inúteis
Roberta de Recife - Nordestina
Ricardo Vilas e amigos - Bem Brasil
Waldonys - aprendi com o Rei vol.2
Renato e seus Blue Caps - Renato e seus Blue Caps (1981)
João do Vale - João do Vale (1981)
Segredo de Estado - Segredo de Estado (1992)
Glorinha Gadelha - tudo que ilumina (1993)
Dorival Caymmi - Songbook Dorival Caymmi vol. 4 (1993)
João Batista do Vale - João Batista do Vale (1994)
Vários Artistas - Viva Gonzagão! É forró, é xote, é baião (1994)
Jorge Mautner - Bomba de estrelas (1995)
Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Elba Ramalho - O grande encontro (1996)
Xuxa - Arraiá da Xuxa (1997)
Dominguinhos & Vários Artistas - Dominguinhos e convidados cantam Luiz Gonzaga (1997)
Falcão - A Um Passo da MPB (1997)
Boca Livre - Boca Livre, 20 anos - convida (1997)
André Luiz Oliveira - Mensagem de Fernando Pessoa (1997)
Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Elba Ramalho - O grande encontro 2 (1997)
Vários Artistas - Casa do forró - ao vivo (1998)
Geraldo Azevedo - Raízes e Frutos (1998)
Fagner - Amigos e Canções (1998)
Alcymar Monteiro - Festa Brasileira (1999)
Elba Ramalho - Solar (1999)
Zeca Baleiro - Vô imbolá (1999)
Marinês - Marinês & sua gente - 50 anos de forró (1999)
Vários Artistas - Jackson do Pandeiro - revisto e sampleado (1999)
Vários Artistas - O submarino verde e amarelo (2000)
Vários Artistas - Reiginaldo Rossi - um tributo (2000)
Vários Artistas - O melhor do forró no maior São João do mundo (2000)
Zé Ramalho, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo - O grande encontro 3 - ao vivo
Vários Artistas - Forró Força Livre - vol 3 (2001)
Vários Artistas - John Lennon - uma homenagem (2001)
Gonzaguinha & Vários Artistas - Duetos com Mestre Lua (2001)
Rastapé - Até o Dia Clarear (2002)
Vários Artistas - Forró da feira 2 (2002)
Vários Artistas - Lisbela e o Prisioneioro (2003)
Jota Quest - Oxigênio (2003)
Paulo Cesar Barros & Vários Artistas - Estrada (2004)
Vários Artistas - Um barzinho, um violão - ao vivo (2004)
Chitãozinho & Xororó - Aqui o Sistema é Bruto (2004)
Léo e Bia - Léo e Bia 1973 - edição especial (2005)
Beto Brito - Imbolê (2007)Os Paralamas do Sucesso - Brasil Afora (2009)
[editar]DVD
2001 - Zé Ramalho Canta Raul Seixas: Ao Vivo
2005 - Zé Ramalho ao Vivo
2007 - Parceria dos Viajantes
2008 - Zé Ramalho Canta Bob Dylan - Tá Tudo Mudando
2009 - Zé Ramalho - O Herdeiro de Avohai - documentário          
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            Curiosidades
"Avohai" foi escrito em homenagem a seu avô, que o acolheu quando seu pai morreu afogado num açude.
A música "Eternas Ondas" foi originalmente composta para ser interpretada por Roberto Carlos, mas acabou sendo sucesso na voz do cearense: Fagner.
Em seu álbum Antologia Acústica, Zé Ramalho comemora seus vinte anos de carreira com uma releitura de seus maiores sucessos. Destaque para "Admirável Gado Novo", que virou um baião, com a participação de Dominguinhos. No álbum há ainda uma versão em português de "Knockin' on Heaven's Door", sua homenagem a Bob Dylan.
Elba Ramalho, sua prima, fez sucesso com a regravação de algumas músicas de Zé Ramalho, entre elas uma versão emocionada de "Chão de Giz", e sua versão de "Avohai" na primeira edição do Rock in Rio.
Fez parceria com a banda mineira Sepultura, na música "A Dança das Borboletas", para a trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro.
Garoto de Aluguel, canção do disco A Peleja do Diabo com o Dono do Céu, tem tons autobiográficos, pois faz referência aos primeiros anos do compositor no Rio de Janeiro.
Força Verde (faixa-título de seu quarto disco) foi alvo de uma acusação de plágio de uma poesia do poeta irlandês William B. Yeats.
Em 2001, Zé Ramalho gravou várias canções de Raul Seixas no disco Zé Ramalho Canta Raul Seixas, que deu origem a um DVD, gravado no Canecão, Rio de Janeiro.
      Encontro de Zé Ramalho com Raul Seixas na Cidade de Thor
Arievaldo Vianna - Cordel - 05/2004
Depois que partiu da terra
Para os mundos siderais
Raul Seixas não quis mais
Saber de paz nem de guerra
Seu espírito se encerra
Num plano muito maior
Eu que sei tudo de cór
Digo pra quem me acredita
Que Raulzito hoje habita
Lá na Cidade de Thor.
É uma cidade encantada
Do grande reino de Odin
Tem a luz de Eloim
Iluminando a estrada
Nessa cidade sagrada
Repleta de realeza
Foi habitar com certeza
A alma de Raulzito
É um espirito bendito
Nosso "Maluco Beleza".
No tempo que era vivo
Numa lisérgica viagem
Raulzito com coragem
Recebeu de Thor o crivo
Por ser um poeta cativo
E não portar amarguras
Viveu grandes aventuras
Nessa cidade sagrada
Parte dela foi narrada
No verso das escrituras.
Aqui em nosso planeta
Divulgando sem trabalho
Encontramos ZÉ RAMALHO
De boina e de capa preta
Viajando num cometa
De sonhos e misticismo
E com grande realismo
Trazendo novas mensagens
Fruto de suas viagens
Ao mundo do esoterismo.
Muito alem das sete portas
Do palácio de marfim
No reinado de Odin
No passo das àguas mortas
Existem vielas tortas
Cheias de gandes segredos
Deixando de lado os medos
Zé Ramalho viajou
E com Raul se encontrou
Pra decifrar tais enredos.
Falaram primeiramente
Das mazelas do sistema
Que traça um terrível esquema
Para aliciar a mente
Arrastando toda a gente
No mar do capitalismo
Induzindo ao consumismo
Da total banalidade
E da vil futilidade
Que nos conduz ao abismo.
E compararam o planeta
Com um cachorro pulguento
Que coça a todo momento
As pulgas e faz careta
A causa dessa mutreta
E a vil devastação
Sufoco e poluição
Que maltratam a Natureza
Será o fim, com certeza
Desse mundo de ilusão.
São Olhares sem destino
Em busca de esperança
E nessa fantástica dança
A roleta sai do pino
Ramalho lembrou de um hino
Que compôs sobre esse tema
E sem sair do esquema
Cantou emocionado 
Heróico e vibrante brado
Denunciando o problema:
"A revolta de toda a natureza
Mediante a matança dos seus bichos
Através dos grudentos carrapichos
Toda praga que vem é com certeza
O silêncio que paira na pobreza
E capaz desse mundo acordar
Paro urn louco que vive a meditar
No dragão que matou a mocidade
Um herói que morreu pela metade
Se viveu não tem forças pra contar" (*)
RAUL - Zé Ramalho eu também denunciava
Tudo isso que o colega manifesta
Pra salvar esse pouco que inda resta
Meu protesto muito pouco adiantava
O sistema escutava e nem ligava
E meus versos se perdiam no infinito
Hoje resta só o eco do meu grito
Nas cabeças de mente iluminada
Vim aqui concluir minha jornada
Pois ainda sou o mesmo Raulzito.
ZÉ - Cada verso que faço é um açoite
Em defesa da vida e da bondade
Vou seguindo a luz da divindade
E cantando no escuro dessa noite
Eu só peço que o colega não acoite
Em seu peito os sintomas da tristeza
Pois um verso de luz tem mais beleza
Que o tinido do ouro e do metal
E no fim desse grande vendaval
A bondade vigora com certeza.
RAUL - Tem gente que passa a vida inteira
Travando uma luta contra o galho
No entanto, meu colega Zé Ramalho
isso tudo é inútil, uma besteira
Que o segredo da arte verdadeira
Está no tronco da árvore, na raiz
Sem barreira de língua ou país
Cada um sempre vale o que tem
E o mal vive junto com o bem
Quem desvenda o segredo é infeliz.
ZÉ - Um buraco de rato, uma arapuca,
Encontrei nos corredores do sistema
Mas se queres enfrentar esse problema
E preciso estar dentro da sinuca...
Convidei Robertinho mais Sivuca
Chico Guedes e outros companheiros
Percorri os estados brasileiros
Escanchado num disco voador
E mostrei quanto vale um trovador
Que recusa receber 30 dinheiros
RAUL - Eu botei uma pitada nordestina
Fiz meu rock em forma de cordel
Pois também admiro o menestrel
Como o Papa ama a Capela Sistina
Botei Jackson do Pandeiro e concertina
Fiz xaxado, fiz rock, fiz balão
Mas não tenho nada a ver com a evolução
Da tal Música Populista Brasileira
Certo dia, bateu-me uma canseira
E viajei, para sempre, na ilusão...
ZÉ - Eu também jó vivi inconformado
Mas urn dia encontrei felicidade
Já estive frente à frente com a maldade
Num universo de drogas mergulhado
Tudo isso já faz parte do passado
Hoje eu cuido do corpo que é meu templo
Para os jovens vou deixar o bom exemplo
Que a droga é do mal, não tá com nada,
Só Cannabis, essa planta abençoada
É que ainda, vez por outra, eu contemplo.
RAUL - Cada uni leva a vida como quer
Todo homem tern direito a liberdade
Desconfio dos segredos da verdade
Fiz das drogas o meu barco e escaler
Fui feliz quando amei uma mulher
Porém tudo na terra é passageiro
A irmã morte traçou o meu roteiro
Num universo de total contemplação
Fiz do AMOR a minha religião
Sob as ordens de Deus, que é verdadeiro.
ZÉ - Companheiro, já é tarde, eu preciso
Para o mundo dos homens retornar
Os meus filhos me esperam no meu lar
E os fãs querem ouvir meu improviso
Um relato completo e conciso
Desse encontro importante que tivemos
Se na fonte da verdade nós bebemos
É preciso espalhar nesse momento
A beleza de tal conhecimento
Nestes versos que agora escrevemos.
RAUL - Boa sorte, companheiro, e obrigado
Vem chegando o "Plunct-Plact-Zum"
Uma visita como esta é incomum
E o momento da volto é chegado
Vá com Deus e espalhe o meu recado
Até o dia esperado do eclipse
Quando as páginas do meu apocalipse
Vão trazer nova luz pra humanidade
Nesse dia os segredos da Verdade
São expostos em retas e elipses.
Dizem que sonho é verdade
Presságio ou revelação
A perfeita interação
Do homem com a divindade
Não sei se é realidade
Esse encontro que sonhei
Das musas eu sigo a lei
E transpus para o papel
Narrando tudo em cordel
Da forma que imaginei.
E foi assim que se deu
Esse encontro relatado
Já dei aqui meu recado
Muito obrigado a quem leu
Arievaldo escreveu
Um sonho que teve agora
Juro por Nossa Senhora
Que eu mesmo não acredito
Em sonho tão esquisito
Adeus, que já vou embora.






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